Eu pensei que morreria antes de ver qualquer declaração, de diretores e jogadores do Botafogo, criticando a torcida. Mas em 2013 vi e li isso diversas vezes.
A covardia de tornar o torcedor em bode expiatório é tamanha, tão injusta, que, somente por este fato, estes dirigentes e jogadores não deveriam pisar mais em General Severiano.
Deveriam dar graças a Deus por ainda haver uma torcida que acredita, respeita a instituição,viaja pelo Brasil para ver o time de perto, discute entre si, briga, argumenta, que vive o preto e branco depois de sucessivos anos de humilhação diante de adversários, mídia, e tudo mais.
Eu não conheço outro tipo de torcedor que conseguiria passar pela sequência de absurdos que o botafoguense vem passando, principalmente de 2007 até agora. Mas podemos ir até a famigerada final da Copa do Brasil de 99, aonde, mais uma vez, desonraram nossa grandeza, e foram incapazes de fazer um gol no Juventude! A culpa foi da torcida? Também no ano de 2007, contra o São Paulo, no Maracanã,mesmo perdendo de 2x0, se ouvia "E ninguém cala..." das arquibancadas a plenos pulmões a culpa foi da torcida? Os exemplos podem passar por Avaí, Portuguesa e outros no Engenhão lotado.
E mesmo com esta sequência cruel de anos de sofrimento, todo jogo do Botafogo é uma manifestação do fanatismo de seu torcedor, do quão alto ele pode gritar, 5.000 alvinegros calam 50.000 adversários sempre.
E não espero esta consciência dos jogadores, funcionários extremamente bem pagos, sobre esta história e nosso comportamento fiel. Agora, da diretoria, em tese nossos representantes, eu não só espero como exijo! É um ultraje o presidente jogar o peso do gramado para os cimentos da arquibancada.
É um mandatário limitado, que caiu de paraquedas em General Severiano, não possui a grandeza que o Botafogo necessita por natureza. Ele poderia ter essa auto-avaliação, mas, não, ele opta pela arrogância, pelo chopp no Baixo Gávea com ar de sábio após conquistas de campeonatos estaduais! Achando que cumpriu seu papel. Ele ergue a taça no Engenhão, em 2012, salvo engano, à frente dos jogadores, numa clara demonstração de vaidade exacerbada, ego inflado. E quando o Botafogo perde? Aonde ele está? E quando o maior ídolo desta instituição falece e o mesmo não volta para o Brasil?
Numa semana em que perdemos nossa Enciclopédia, ficando mais pobres em vocabulário, em gentileza, em sabedoria, em futebol e amor pelo Glorioso, o maior rival, que nos humilhou nas quartas de final, é campeão (Neste mesmo jogo, em que perdemos de 4x0, nosso presidente entrou no vestiário e deu parabéns à equipe! Ele esquece que é um representante de milhões de alvinegros. Ele se perguntou se estes milhões de torcedores dariam congratulações após aquele vexame?), nesta mesma semana infeliz, o time vai jogar contra o Coritiba, potencial rebaixado, precisando ganhar, e se arrasta em campo, parecendo soldados após um dia extenuante de batalha. Uma vergonha! Mais uma!
Mas para eles isso não basta, precisamos ouvir do zagueiro que ''conta com a torcida'' e por aí vai.
Vão à merda! Jogadores e dirigentes.
Este campeonato brasileiro está tão medíocre, que mesmo tropeçando há um bom tempo, ainda temos chances de nos classificarmos para a Libertadores - o que nos traz alegria e dinheiro, mas não um título. - e bastava uma vitória e um empate, em qualquer época do Brasileirão, para já estarmos satisfeitos com a vaga. Mas deixamos a vaga no ar, nos equiparando a Goiás e Atlético-PR!?
Como os cartolas alvinegros e jogadores gostam de culpar a torcida, e apontar o dedo no rosto de cada um, eu pergunto a eles:
Vocês tem memória? Façam uma conta simples: Lembrem de jogos que tomamos gols inadmissíveis aos 49'' do 2o tempo - uns 9 pontos... - lembrem de Bahia e Ponte Preta - 6 pontos - lembrem do Goiás - 3 pontos - e por aí vai numa pequena passagem de absurdos que vocês, dentro de campo, com ou sem torcida, dentro ou fora do Rio, protagonizaram!!! Vocês. Olhem pro espelho, tenham vergonha na cara, sejam homens o suficiente para se culparem, pensarem além do dinheiro, da noite, da farra, do ego, da vaidade e terem consciência de que este ano, como inúmeros, corremos o risco de ir para o ralo por falta de competência. Em bom português, por falta de vergonha na cara.
Até domingo, aonde estarei na arquibancada fazendo meu papel, sem o poder de botar a bola pra dentro do gol, e vocês estarão no gramado, vestindo a camisa sagrada do Botafogo, o sonho de muita gente que o faria de graça. Garantam essa classificação e, mesmo conseguindo, peçam desculpas à torcida. Porque não era necessário todo esse sofrimento por uma vaga na Libertadores. Não neste campeonato, não nestas circunstâncias.
Uma dia o Botafogo voltará à sua grandeza de origem.
por João Cunha Soares Ferreira
Um p.s.: Talvez a mais bela entrevista de Nilton: https://www.youtube.com/watch?v=9Ll7zIMd_HY
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
"O paraíso dos achocratas" - retirado de outro blog - Visão genial sobre o Botafogo e sua torcida. - por João Ferreira
Texto original do blog: http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/coluna-dois/post/paraisodosachocratas.html - clique no link à esquerda para ler a íntegra.
Copio abaixo a parte sobre o Botafogo.

Copio abaixo a parte sobre o Botafogo.
VERDADE UNIVERSAL SEGUNDA: A torcida do Botafogo não comparece e por isso o time não consegue bons resultados
Poucas vezes uma torcida foi tão criticada – e vilanizada – de forma tão absurda e injusta como a torcida do Botafogo vem sendo. O massacre dos achocratas foi tamanho que os torcedores partiram para a ironia em fórums e redes sociais. Depois da derrota para o Inter, no último domingo, um site torcedor publicou a manchete: “Torcida joga mal e Botafogo perde para o Inter”.
Dez mil alvinegros foram ver o Botafogo empatar contra a Portuguesa no Maracanã – e ver, pela quarta vez em cinco anos, o “projeto” Libertadores do time bastante ameaçado. Levando em conta que a torcida do Botafogo é ao menos quatro vezes menor do que do Flamengo no Rio, por exemplo, a aritmética sugere que esses 10 mil equivaleriam a 40 mil rubro-negros – média de público do time campeão brasileiro em 2009. Seria tão pouco assim?
Essa “verdade” não virou universal de graça. Ela começou com a chegada do Engenhão – um estádio ruim de entrar e sair – em que a média de todas as torcidas despencou. Mas como o estádio é do Botafogo – a pecha grudou no clube - apesar da torcida ter lotado o estádio várias vezes desde 2007. Isso com com três esparsos títulos estaduais no milênio. Com a premissa na mesa, os achocratas se esbaldam. Qualquer jogo que a torcida não encha vira um prato cheio.
Parte da lenda foi comprada em parte até por Seedorf e pelo presidente do clube (que disse que iria buscar uma agência de publicidade para entender seu torcedor). O craque holandês criticou a presença das torcidas nos estádios brasileiros em geral – mas comentou que a torcida do Cruzeiro fez diferença no Brasileiro – numa alfinetada leve nos alvinegros.
Nesse particular caso, Seedorf não viu uma data. Na 17a rodada, o Botafogo, que vinha de uma derrota para o Atlético-PR, recebeu o São Paulo no Maracanã. O alvinegro estava dois pontos atrás do líder Cruzeiro na tabela (31 a 29) – e ainda assim teve público de 28.581 pessoas (o jogo foi às 16h). O Cruzeiro, no mesmo dia, vindo de vitória fora de casa contra a Ponte Preta, teve um público de 18.608 pessoas no Mineirão (o jogo foi às 18h30m).O Botafogo empatou com o São Paulo (0 a 0). O Cruzeiro venceu o Vasco (5 a 3) e abriu quatro pontos.
A partir daí, o time mineiro arrancou para o título – e passou a ter média de público acima de 30 mil pessoas (no campeonato ficou com média de 28,5 mil – a maior de um campeão até hoje). E o Botafogo tentou acompanhar - mas depois perdeu para o futuro campeão - e ainda assim ainda levou 25 mil pessoas na derrota para o Bahia. A média do clube no Maracanã em 2013 está acima de 15 mil presentes.
É pouco? Bom – você ouviu alguém criticar a torcida do Fluminense em 2012? Os tricolores fizeram 13 jogos no Engenhão - e só tiveram três públicos acima de 20 mil presentes. No primeiro turno, só ficou acima de 10 mil presentes duas vezes (contra o Santos e no clássico contra o Flamengo). A média do clube no estádio ficou em 15,3 mil presentes. Você ouviu algum opinoteca achando algo sobre isso? Não? É porque a torcida tricolor se livrou dessa pecha.
O achocrata se alimenta de repercussão e tem certa alergia à informação. Ele não quer ter trabalho, levantar números, checar, comprovar, avaliar. É mais fácil pegar algo que “vai dar assunto”, lustrar, passar um verniz e lançar no ar – como se propagando um minuto de sabedoria. O importante é aparecer e ecoar – mesmo que seja falando uma asneira siderúrgica. Se agradar um grupinho, soar bacana e receberretweets e compartilhamentos... - oba, valeu.
(P.S. O twitter, aliás, produziu uma preciosa excrescência: o a tercerização do auto-elogio. O sujeito te elogia e você retuita isso. Muita humildade)
Na melhor fase do time, no início do campeonato, o Botafogo quase não atuou no Maracanã. Ou seja - entrou no estádio depois que perdeu boa parte do time – em especial Vitinho (que fez apenas duas partidas no estádio pelo certame) – e começou a despencar na tabela. No segundo turno, o clube fez 18 pontos em 15 jogos – campanha de time rebaixável. Em suma, pela quarta vez em cinco anos o time prometeu mais do que cumpriu num Brasileiro – fazendo uma campanha que começou boa e caiu na reta final. E a culpa, segundo os deformadores de opinião, é da torcida. Quando a torcida pôs 28 mil contra 18 mil do Cruzeiro, os achocratas não viram - porque isso e desmente o clichê e vai contra a maré.
Vai contra a maré, por exemplo, analisar o impacto do preço dos ingressos. O ticket médio pago pelo torcedor do Botafogo foi de R$ 44,15 - o quarto maior do Brasileiro – abaixo apenas de Cruzeiro (que aumentou preços na reta final), Santos e Flamengo. E o Santos e Flamengo tem médias distorcidas pelo alto preço dos ingressos cobrados quando jogaram como mandantes em Brasília. Compare-se com o São Paulo - que encheu o Morumbi na base das promoções - e só ganha em ticket médio da Ponte Preta (13,54 contra 8,71).
Ou seja - em alguns momentos - talvez compreensivelmente - a diretoria do Botafogo optou por receita. Será que ela estava errada? Vejam o exemplo: a renda do Botafogo 0 x 0 São Paulo ali em cima mencionado (na 17a rodada) – com 23 mil pagantes – foi de R$ 1 milhão. O Botafogo levou para casa R$ 490 mil. O ingresso custava R$ 60 (ou R$ 30 para meia-entrada) e teve 5 mil gratuidades. A renda de Vasco 0 x 0 Santos da 32a rodada (com 50 mil pagantes) foi de R$ 767 mil. O Vasco levou para casa R$ 76 mil. O jogo teve 11 mil gratuidades. Você não leu errado:
- O Vasco com 50 mil pagantes embolsou R$ 76 mil.
- O Botafogo com 23 mil pagantes embolsou R$ 490 mil.
Com o segundo turno tétrico, a diretoria alvinegra enfim baixou a guarda e reduziu os ingressos para os jogos contra Portuguesa e Atlético-PR. ''
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Apresentação do Blog e Reta Final de mais um Brasileiro - por João Ferreira
Início este blog na companhia de Catraca, Pian, Fumaça, Créu e Zinho. Apelidos de Fernando, Rodrigo, Gabriel Andrade, Antonio e Gabriel Medeiros, respectivamente. Companheiros de estádio, alegrias e tristezas desde 2007, o ano alvinegro mais traumático dos últimos tempos. Mas isso é assunto pra outro post.
Todos nós alvinegros fanáticos, frequentadores assíduos dos jogos do Glorioso, seja no Engenhão, no Maraca, em Xerém pelos juniores e por aí vai, abrimos este espaço para textos variados sobre nossas visões, sentimentos, opiniões e tudo que cerca o Botafogo. Aqui não há uma corrente política pré-determinada, não há opinião combinada, não haverá regras. Cada um falará o que bem entender sobre o Botafogo de Futebol e Regatas, do jeito que quiser.
Em 1994, quando me mudei do interior de Minas para o Rio, meu pai - cruzeirense e vascaíno na época - me perguntou por qual time eu torceria no Rio e eu não tive dúvidas. Lembrei dos filmes do Canal 100 que via em Araxá com o Garrincha entortando tudo o que via pela frente, aquele escudo majestoso com a estrela solitária que jamais havia saído de minha cabeça, tudo que meus amigos Gabriel e Lucas - mineiros botafoguenses - me falaram sobre o Botafogo também, e falei com a maior convicção e consciência que um moleque de 7 anos poderia falar: Serei Botafoguense. No ano seguinte fomos campeões brasileiros. Túlio Maravilha era um deus vivo para mim. Tempos depois viríamos a ganhar do Juventus pela Teresa Herrera, usando a camisa do La Coruña.(vale o adendo de que no meio do jogo faltou luz aqui no Rio, tornando tudo ainda mais sofrido).
Eu tinha começado a vida alvinegra achando que seria fácil, não preciso dizer que não levou muito tempo até descobrir o contrário...E também reafirmar minha sábia decisão. Não há nada mais único do que ser, estar, sentir o preto e branco pulsando em suas veias. Se sentir, ultimamente, como um dos 300 de Esparta ao ir no Maracanã contra a Mulambada e perceber que 5 mil dos nossos cantam mais alto do que os 50 mil do rival da Gávea. Ver a entrega de cada torcedor fanático do Botafogo é uma honra, e como disse Nelson Rodrigues: ''Todos os torcedores de futebol se parecem entre si como soldadinhos de chumbo. Têm o mesmo comportamento e xingam, com a mesma exuberância e os mesmos nomes feios, o juiz, os bandeirinhas, os adversários e os jogadores do próprio time. Há, porém, um torcedor, entre tantos, entre todos, que não se parece com ninguém e que apresenta uma forte, crespa e irresistível personalidade. Ponham uma barba postiça num torcedor do Botafogo, dêem-lhe óculos escuros, raspem-lhe as impressões digitais e, ainda assim, ele será inconfundível...''
Chegamos atualmente num clássico momento do Botafogo, campeões cariocas absolutos de 2013, com Seedorf se destacando, e entramos no Brasileiro sem grandes pretensões internas - a FlaPress, como sempre, já nos colocava como ''disputando o meio da tabela'' - e desde o início estamos no G4, brigando durante um bom tempo pela liderança com o Cruzeiro - na minha opinião pessoal o Botafogo perdeu o campeonato para si mesmo, não neste jogo, mas nos dois que vieram a seguir: Bahia e Ponte Preta - e agora estamos em 4o lugar, com o Goiás na cola e a Raposa como campeã virtual, e temos ainda a possibilidade do ganhador da Sul-Americana ser brasileiro, tornando o G4 em G3, e a piada interna é que não haveria nada mais com a cara do Botafogo do que terminar este campeonato em 4o lugar e o São Paulo sagrar-se campeão da Sula.
Eu prefiro pensar de outro modo. Eu tenho que pensar racionalmente que os jogadores, a comissão técnica e a diretoria terão vergonha na cara, para terminarem este campeonato num honroso segundo lugar, buscando, ano que vem, o que o Atlético fez: o título da Libertadores. Seria sofrido, como sempre, mas não importa.
Em breve jogarão Flamengo e Goiás, e tenho que torcer contra o Esmeraldino, jamais a favor do rival, que tem a tradição de abrir as pernas pros adversários em ocasiões como essa.
Faltam poucas rodadas para que 2013 seja o ano da virada no Botafogo, apagando a sina maldita de 2007 - aqui faço minhas homenagens ao Djalma Beltrami, a p#%a da Ana Paula bandeirinha, à FlaPress, CBF, STJD e FERJ por aquele ano maravilhoso. E ao Dodô, que teve ''dor de barriga'' contra o River na Argentina - e colocando nosso Glorioso onde ele merece: No topo do futebol brasileiro. O time que deu 3 taças do mundo para o país, não pode se contentar com Cariocas, não pode tratar rivais como ''co-irmãos'', não pode deixar o Engenhão ser lhe tirado e ficar em silêncio inexplicável, não pode deixar a Brahma pintar as cadeiras com vermelho e branco, aqui é PRETO E BRANCO diretoria!, não pode respeitar a imprensa rubro-negra até à alma, (A personificação desta FlaPress é o repórter de campo Erick Faria, que se emociona ao transmitir jogos da mulambada), não pode, de jeito algum, fazer o que fizeram ultimamente de jogar alguma parcela de culpa para a torcida! Um dos maiores absurdos que já vi é tornar a torcida em bode expiatório pelos fracassos e vexames de 11 jogadores extremamente bem pagos, e um treinador ainda melhor remunerado. Estes cidadãos são funcionários da torcida, o presidente idem. Quem são eles para cobrar de um torcedor alvinegro alguma coisa? Nada. Eles tem que agradecer, diariamente, por existirem alvinegros fanáticos que sustentam o Botafogo. Com a alma, a presença, o dinheiro do sócio e com os gritos da arquibancada. Que a torcida deveria ir muito mais, não há dúvidas. Mas esta cobrança se dá de forma interna pela própria torcida. Façam um favor e calem-se!
Conquistem esta vaga na Libertadores, é o que vocês são pagos para fazer. É para isso que se deu todo o apoio de todo alvinegro esse ano. É o que todos nós vamos cobrar no fim da temporada.
LIBERTADORES É OBRIGAÇÃO!
Todos nós alvinegros fanáticos, frequentadores assíduos dos jogos do Glorioso, seja no Engenhão, no Maraca, em Xerém pelos juniores e por aí vai, abrimos este espaço para textos variados sobre nossas visões, sentimentos, opiniões e tudo que cerca o Botafogo. Aqui não há uma corrente política pré-determinada, não há opinião combinada, não haverá regras. Cada um falará o que bem entender sobre o Botafogo de Futebol e Regatas, do jeito que quiser.
Em 1994, quando me mudei do interior de Minas para o Rio, meu pai - cruzeirense e vascaíno na época - me perguntou por qual time eu torceria no Rio e eu não tive dúvidas. Lembrei dos filmes do Canal 100 que via em Araxá com o Garrincha entortando tudo o que via pela frente, aquele escudo majestoso com a estrela solitária que jamais havia saído de minha cabeça, tudo que meus amigos Gabriel e Lucas - mineiros botafoguenses - me falaram sobre o Botafogo também, e falei com a maior convicção e consciência que um moleque de 7 anos poderia falar: Serei Botafoguense. No ano seguinte fomos campeões brasileiros. Túlio Maravilha era um deus vivo para mim. Tempos depois viríamos a ganhar do Juventus pela Teresa Herrera, usando a camisa do La Coruña.(vale o adendo de que no meio do jogo faltou luz aqui no Rio, tornando tudo ainda mais sofrido).
Eu tinha começado a vida alvinegra achando que seria fácil, não preciso dizer que não levou muito tempo até descobrir o contrário...E também reafirmar minha sábia decisão. Não há nada mais único do que ser, estar, sentir o preto e branco pulsando em suas veias. Se sentir, ultimamente, como um dos 300 de Esparta ao ir no Maracanã contra a Mulambada e perceber que 5 mil dos nossos cantam mais alto do que os 50 mil do rival da Gávea. Ver a entrega de cada torcedor fanático do Botafogo é uma honra, e como disse Nelson Rodrigues: ''Todos os torcedores de futebol se parecem entre si como soldadinhos de chumbo. Têm o mesmo comportamento e xingam, com a mesma exuberância e os mesmos nomes feios, o juiz, os bandeirinhas, os adversários e os jogadores do próprio time. Há, porém, um torcedor, entre tantos, entre todos, que não se parece com ninguém e que apresenta uma forte, crespa e irresistível personalidade. Ponham uma barba postiça num torcedor do Botafogo, dêem-lhe óculos escuros, raspem-lhe as impressões digitais e, ainda assim, ele será inconfundível...''
Chegamos atualmente num clássico momento do Botafogo, campeões cariocas absolutos de 2013, com Seedorf se destacando, e entramos no Brasileiro sem grandes pretensões internas - a FlaPress, como sempre, já nos colocava como ''disputando o meio da tabela'' - e desde o início estamos no G4, brigando durante um bom tempo pela liderança com o Cruzeiro - na minha opinião pessoal o Botafogo perdeu o campeonato para si mesmo, não neste jogo, mas nos dois que vieram a seguir: Bahia e Ponte Preta - e agora estamos em 4o lugar, com o Goiás na cola e a Raposa como campeã virtual, e temos ainda a possibilidade do ganhador da Sul-Americana ser brasileiro, tornando o G4 em G3, e a piada interna é que não haveria nada mais com a cara do Botafogo do que terminar este campeonato em 4o lugar e o São Paulo sagrar-se campeão da Sula.
Eu prefiro pensar de outro modo. Eu tenho que pensar racionalmente que os jogadores, a comissão técnica e a diretoria terão vergonha na cara, para terminarem este campeonato num honroso segundo lugar, buscando, ano que vem, o que o Atlético fez: o título da Libertadores. Seria sofrido, como sempre, mas não importa.
Em breve jogarão Flamengo e Goiás, e tenho que torcer contra o Esmeraldino, jamais a favor do rival, que tem a tradição de abrir as pernas pros adversários em ocasiões como essa.
Faltam poucas rodadas para que 2013 seja o ano da virada no Botafogo, apagando a sina maldita de 2007 - aqui faço minhas homenagens ao Djalma Beltrami, a p#%a da Ana Paula bandeirinha, à FlaPress, CBF, STJD e FERJ por aquele ano maravilhoso. E ao Dodô, que teve ''dor de barriga'' contra o River na Argentina - e colocando nosso Glorioso onde ele merece: No topo do futebol brasileiro. O time que deu 3 taças do mundo para o país, não pode se contentar com Cariocas, não pode tratar rivais como ''co-irmãos'', não pode deixar o Engenhão ser lhe tirado e ficar em silêncio inexplicável, não pode deixar a Brahma pintar as cadeiras com vermelho e branco, aqui é PRETO E BRANCO diretoria!, não pode respeitar a imprensa rubro-negra até à alma, (A personificação desta FlaPress é o repórter de campo Erick Faria, que se emociona ao transmitir jogos da mulambada), não pode, de jeito algum, fazer o que fizeram ultimamente de jogar alguma parcela de culpa para a torcida! Um dos maiores absurdos que já vi é tornar a torcida em bode expiatório pelos fracassos e vexames de 11 jogadores extremamente bem pagos, e um treinador ainda melhor remunerado. Estes cidadãos são funcionários da torcida, o presidente idem. Quem são eles para cobrar de um torcedor alvinegro alguma coisa? Nada. Eles tem que agradecer, diariamente, por existirem alvinegros fanáticos que sustentam o Botafogo. Com a alma, a presença, o dinheiro do sócio e com os gritos da arquibancada. Que a torcida deveria ir muito mais, não há dúvidas. Mas esta cobrança se dá de forma interna pela própria torcida. Façam um favor e calem-se!
Conquistem esta vaga na Libertadores, é o que vocês são pagos para fazer. É para isso que se deu todo o apoio de todo alvinegro esse ano. É o que todos nós vamos cobrar no fim da temporada.
LIBERTADORES É OBRIGAÇÃO!
João, Antonio, Gabriel de Andrade e Fernando.
(Orelha, Créu, Fumaça e Catraca)
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