quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"O paraíso dos achocratas" - retirado de outro blog - Visão genial sobre o Botafogo e sua torcida. - por João Ferreira

Texto original do blog: http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/coluna-dois/post/paraisodosachocratas.html - clique no link à esquerda para ler a íntegra.

Copio abaixo a parte sobre o Botafogo.


VERDADE UNIVERSAL SEGUNDAA torcida do Botafogo não comparece e por isso o time não consegue bons resultados

Poucas vezes uma torcida foi tão criticada – e vilanizada – de forma tão absurda e injusta como a torcida do Botafogo vem sendo. O massacre dos achocratas foi tamanho que os torcedores partiram para a ironia em fórums e redes sociais. Depois da derrota para o Inter, no último domingo, um site torcedor publicou a manchete: “Torcida joga mal e Botafogo perde para o Inter”.

Dez mil alvinegros foram ver o Botafogo empatar contra a Portuguesa no Maracanã – e ver, pela quarta vez em cinco anos, o “projeto” Libertadores do time bastante ameaçado. Levando em conta que a torcida do Botafogo é ao menos quatro vezes menor do que do Flamengo no Rio, por exemplo, a aritmética sugere que esses 10 mil equivaleriam a 40 mil rubro-negros – média de público do time campeão brasileiro em 2009.  Seria tão pouco assim?
Torcida Botafogo contra a Portuguesa
 




Essa “verdade” não virou universal de graça. Ela começou com a chegada do Engenhão – um estádio ruim de entrar e sair – em que a média de todas as torcidas despencou. Mas como o estádio é do Botafogo – a pecha grudou no clube - apesar da torcida ter lotado o estádio várias vezes desde 2007. Isso com com três esparsos títulos estaduais no milênio. Com a premissa na mesa, os achocratas se esbaldam. Qualquer jogo que a torcida não encha vira um prato cheio.

Parte da lenda foi comprada em parte até por Seedorf e pelo presidente do clube (que disse que iria buscar uma agência de publicidade para entender seu torcedor). O craque holandês criticou a presença das torcidas nos estádios brasileiros em geral – mas comentou que a torcida do Cruzeiro fez diferença no Brasileiro – numa alfinetada leve nos alvinegros.

Nesse particular caso, Seedorf não viu uma data.  Na 17a rodada, o Botafogo, que vinha de uma derrota para o Atlético-PR, recebeu o São Paulo no Maracanã. O alvinegro estava dois pontos atrás do líder Cruzeiro na tabela (31 a 29) – e ainda assim teve público de 28.581 pessoas (o jogo foi às 16h). O Cruzeiro, no mesmo dia, vindo de vitória fora de casa contra a Ponte Preta, teve um público de 18.608 pessoas no Mineirão (o jogo foi às 18h30m).O Botafogo empatou com o São Paulo (0 a 0). O Cruzeiro venceu o Vasco (5 a 3) e abriu quatro pontos. 

A partir daí, o time mineiro arrancou para o título – e passou a ter média de público acima de 30 mil pessoas (no campeonato ficou com média de 28,5 mil – a maior de um campeão até hoje). E o Botafogo tentou acompanhar - mas depois perdeu para o futuro campeão - e ainda assim ainda levou 25 mil pessoas na derrota para o Bahia. A média do clube no Maracanã em 2013 está acima de 15 mil presentes.

É pouco? Bom – você ouviu alguém criticar a torcida do Fluminense em 2012? Os tricolores fizeram 13 jogos no Engenhão - e só tiveram três públicos acima de 20 mil presentes. No primeiro turno, só ficou acima de 10 mil presentes duas vezes (contra o Santos e no clássico contra o Flamengo). A média do clube no estádio ficou em 15,3 mil presentes. Você ouviu algum opinoteca achando algo sobre isso? Não?  É porque a torcida tricolor se livrou dessa pecha. 

O achocrata se alimenta de repercussão e tem certa alergia à informação. Ele não quer ter trabalho, levantar números, checar, comprovar, avaliar. É mais fácil pegar algo que “vai dar assunto”, lustrar, passar um verniz e lançar no ar – como se propagando um minuto de sabedoria. O importante é aparecer e ecoar – mesmo que seja falando uma asneira siderúrgica. Se agradar um grupinho, soar bacana e receberretweets e compartilhamentos... - oba, valeu.

(P.S. O twitter, aliás, produziu uma preciosa excrescência: o a tercerização do auto-elogio. O sujeito te elogia e você retuita isso. Muita humildade)

Na melhor fase do time, no início do campeonato, o Botafogo quase não atuou no Maracanã. Ou seja - entrou no estádio depois que perdeu boa parte do time – em especial Vitinho (que fez apenas duas partidas no estádio pelo certame) – e começou a despencar na tabela. No segundo turno, o clube fez 18 pontos em 15 jogos – campanha de time rebaixável. Em suma, pela quarta vez em cinco anos o time prometeu mais do que cumpriu num Brasileiro – fazendo uma campanha que começou boa e caiu na reta final. E a culpa, segundo os  deformadores de opinião, é da torcida. Quando a torcida pôs 28 mil contra 18 mil do Cruzeiro, os achocratas não viram - porque isso e desmente o clichê e vai contra a maré.

Vai contra a maré, por exemplo, analisar o impacto do preço dos ingressos. O ticket médio pago pelo torcedor do Botafogo foi de R$ 44,15 - o quarto maior do Brasileiro – abaixo apenas de Cruzeiro (que aumentou preços na reta final), Santos e Flamengo. E o Santos e Flamengo tem médias distorcidas pelo alto preço dos ingressos cobrados quando jogaram como mandantes em Brasília. Compare-se com o São Paulo - que encheu o Morumbi na base das promoções - e só ganha em ticket médio da Ponte Preta (13,54 contra 8,71).

Ou seja - em alguns momentos - talvez compreensivelmente - a diretoria do Botafogo optou por receita. Será que ela estava errada? Vejam o exemplo: a renda do Botafogo 0  x 0 São Paulo ali em cima mencionado (na 17a rodada) – com 23 mil pagantes – foi de R$ 1 milhão. O Botafogo levou para casa R$ 490 mil. O ingresso custava R$ 60 (ou R$ 30 para meia-entrada) e teve 5 mil gratuidades. A renda de Vasco 0 x 0 Santos da 32a rodada (com 50 mil pagantes) foi de R$ 767 mil. O Vasco levou para casa R$ 76 mil. O jogo teve 11 mil gratuidades. Você não leu errado:
- O Vasco com 50 mil pagantes embolsou R$ 76 mil.
- O Botafogo com 23 mil pagantes embolsou R$ 490 mil.

Com o segundo turno tétrico, a diretoria alvinegra enfim baixou a guarda e reduziu os ingressos para os jogos contra Portuguesa e Atlético-PR. ''


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Apresentação do Blog e Reta Final de mais um Brasileiro - por João Ferreira

Início este blog na companhia de Catraca, Pian, Fumaça, Créu e Zinho. Apelidos de Fernando, Rodrigo, Gabriel Andrade, Antonio e Gabriel Medeiros, respectivamente. Companheiros de estádio, alegrias e tristezas desde 2007, o ano alvinegro mais traumático dos últimos tempos. Mas isso é assunto pra outro post.
Todos nós alvinegros fanáticos, frequentadores assíduos dos jogos do Glorioso, seja no Engenhão, no Maraca, em Xerém pelos juniores e por aí vai, abrimos este espaço para textos variados sobre nossas visões, sentimentos, opiniões e tudo que cerca o Botafogo. Aqui não há uma corrente política pré-determinada, não há opinião combinada, não haverá regras. Cada um falará o que bem entender sobre o Botafogo de Futebol e Regatas, do jeito que quiser. 


Em 1994, quando me mudei do interior de Minas para o Rio, meu pai - cruzeirense e vascaíno na época - me perguntou por qual time eu torceria no Rio e eu não tive dúvidas. Lembrei dos filmes do Canal 100 que via em Araxá com o Garrincha entortando tudo o que via pela frente, aquele escudo majestoso com a estrela solitária que jamais havia saído de minha cabeça, tudo que meus amigos Gabriel e Lucas - mineiros botafoguenses - me falaram sobre o Botafogo também, e falei com a maior convicção e consciência que um moleque de 7 anos poderia falar: Serei Botafoguense. No ano seguinte fomos campeões brasileiros. Túlio Maravilha era um deus vivo para mim. Tempos depois viríamos a ganhar do Juventus pela Teresa Herrera, usando a camisa do La Coruña.(vale o adendo de que no meio do jogo faltou luz aqui no Rio, tornando tudo ainda mais sofrido).
Eu tinha começado a vida alvinegra achando que seria fácil, não preciso dizer que não levou muito tempo até descobrir o contrário...E também reafirmar minha sábia decisão. Não há nada mais único do que ser, estar, sentir o preto e branco pulsando em suas veias. Se sentir, ultimamente, como um dos 300 de Esparta ao ir no Maracanã contra a Mulambada e perceber que 5 mil dos nossos cantam mais alto do que os 50 mil do rival da Gávea. Ver a entrega de cada torcedor fanático do Botafogo é uma honra, e como disse Nelson Rodrigues:  ''Todos os torcedores de futebol se parecem entre si como soldadinhos de chumbo. Têm o mesmo comportamento e xingam, com a mesma exuberância e os mesmos nomes feios, o juiz, os bandeirinhas, os adversários e os jogadores do próprio time. Há, porém, um torcedor, entre tantos, entre todos, que não se parece com ninguém e que apresenta uma forte, crespa e irresistível personalidade. Ponham uma barba postiça num torcedor do Botafogo, dêem-lhe óculos escuros, raspem-lhe as impressões digitais e, ainda assim, ele será inconfundível...'' 

Chegamos atualmente num clássico momento do Botafogo, campeões cariocas absolutos de 2013, com Seedorf se destacando, e entramos no Brasileiro sem grandes pretensões internas - a FlaPress, como sempre, já nos colocava como ''disputando o meio da tabela'' - e desde o início estamos no G4, brigando durante um bom tempo pela liderança com o Cruzeiro - na minha opinião pessoal o Botafogo perdeu o campeonato para si mesmo, não neste jogo, mas nos dois que vieram a seguir: Bahia e Ponte Preta - e agora estamos em 4o lugar, com o Goiás na cola e a Raposa como campeã virtual, e temos ainda a possibilidade do ganhador da Sul-Americana ser brasileiro, tornando o G4 em G3, e a piada interna é que não haveria nada mais com a cara do Botafogo do que terminar este campeonato em 4o lugar e o São Paulo sagrar-se campeão da Sula. 
Eu prefiro pensar de outro modo. Eu tenho que pensar racionalmente que os jogadores, a comissão técnica e a diretoria terão vergonha na cara, para terminarem este campeonato num honroso segundo lugar, buscando, ano que vem, o que o Atlético fez: o título da Libertadores. Seria sofrido, como sempre, mas não importa.

Em breve jogarão Flamengo e Goiás, e tenho que torcer contra o Esmeraldino, jamais a favor do rival, que tem a tradição de abrir as pernas pros adversários em ocasiões como essa. 
Faltam poucas rodadas para que 2013 seja o ano da virada no Botafogo, apagando a sina maldita de 2007 - aqui faço minhas homenagens ao Djalma Beltrami, a p#%a da Ana Paula bandeirinha, à FlaPress, CBF, STJD e FERJ por aquele ano maravilhoso. E ao Dodô, que teve ''dor de barriga'' contra o River na Argentina - e colocando nosso Glorioso onde ele merece: No topo do futebol brasileiro. O time que deu 3 taças do mundo para o país, não pode se contentar com Cariocas, não pode tratar rivais como ''co-irmãos'', não pode deixar o Engenhão ser lhe tirado e ficar em silêncio inexplicável, não pode deixar a Brahma pintar as cadeiras com vermelho e branco, aqui é PRETO E BRANCO diretoria!, não pode respeitar a imprensa rubro-negra até à alma, (A personificação desta FlaPress é o repórter de campo Erick Faria, que se emociona ao transmitir jogos da mulambada), não pode, de jeito algum, fazer o que fizeram ultimamente de jogar alguma parcela de culpa para a torcida! Um dos maiores absurdos que já vi é tornar a torcida em bode expiatório pelos fracassos e vexames de 11 jogadores extremamente bem pagos, e um treinador ainda melhor remunerado. Estes cidadãos são funcionários da torcida, o presidente idem. Quem são eles para cobrar de um torcedor alvinegro alguma coisa? Nada. Eles tem que agradecer, diariamente, por existirem alvinegros fanáticos que sustentam o Botafogo. Com a alma, a presença, o dinheiro do sócio e com os gritos da arquibancada. Que a torcida deveria ir muito mais, não há dúvidas. Mas esta cobrança se dá de forma interna pela própria torcida. Façam um favor e calem-se! 
Conquistem esta vaga na Libertadores, é o que vocês são pagos para fazer. É para isso que se deu todo o apoio de todo alvinegro esse ano. É o que todos nós vamos cobrar no fim da temporada. 

LIBERTADORES É OBRIGAÇÃO!




João, Antonio, Gabriel de Andrade e Fernando.
(Orelha, Créu, Fumaça e Catraca)