quinta-feira, 17 de julho de 2014
A primeira impressão é a que fica (mas nem sempre) - Por Daniel Accioly
Após a derrota para a equipe do Sport por 1 a 0 na Ilha do Retiro, os alvinegros nem tiveram tempo para ficar remoendo (mais) tal resultado negativo. Na madrugada de quarta para quinta já ventilava em diversos sites e páginas que Sebastian "El Loco" Abreu estava de volta, dessa vez por empréstimo até o final do ano. Alguns alvinegros (me incluo entre eles) comemoraram, outros lamentaram. Loco Abreu está no final da carreira, dificilmente irá ter o desempenho que teve em sua primeira passagem e em ano de eleição, sabemos que uma contratação dessa pode ter apenas significado eleitoreiro, sendo um afago nos desesperançosos e desinteressados torcedores. Abreu não jogou a Copa do Mundo, apesar de estar fazendo um razoável campeonato argentino, e vem para buscar seus últimos dias de glória como jogador. "El Loco" retorna agora com a missão de reerguer o time da estrela solitária, atualmente na incômoda 14ª colocação do nacional.
Tal cenário fez com que eu me lembrasse de alguns retornos de jogadores importantes que tiveram uma segunda passagem pelo clube. Trago aqui alguns para tentar contribuir com os debates sobre a volta do uruguaio.
Túlio Maravilha
Começo pelo maior ídolo da geração de quem está na casa dos 30 anos. Túlio chegou em 1994 da pouco expressiva Suíça futebolística e tinha em sua bagagem a artilharia do Brasileirão de 89 pelo Goiás. Teve o seu melhor momento na carreira marcando 163 gols em 2 anos. Em 97, Túlio foi para o Corinthians e seu retorno à General Severiano ocorreu em 98, com atuação Menos exuberante, marcando 21 gols. O artilheiro ainda retornaria em 2000, marcando 4 gols em 14 jogos. O tempo foi pesando para o artilheiro, mas mesmo com o declínio de seu desempenho, somos gratos por tudo que ele fez.
Dodô
O "atacante dos gols bonitos" iniciou sua passagem pelo Botafogo em 2001, ficando até 2002. Nesse período, o atacante teve atuações de destaque, dando esperanças ao torcedor. Mas o atleta interrompeu seu primeiro ciclo em função de problemas financeiros do clube. Dodô retornou em 2006 e ficou até o final de 2007 e, mesmo com o caso do dopping,. teve passagem fantástica pelo clube, marcando 90 gols em 124 jogos e dando ao torcedor a impressão de que aquele ano não teria como passar em branco. Ah, como 2007 sai do calendário, mas não sai de nossas mentes...
Donizete
Apesar de atacante, Donizete não possui um histórico de muitos gols (sua média de gols ao longo da carreira foi de aproximadamente 5 gols por temporada). Mesmo assim, foi um grande jogador, sobretudo por dar suporte aos seus companheiros de ataque, se deslocando com velocidade e armando jogadas. Passou pela primeira vez no clube em 1989, sendo um dos destaques do Bi-carioca de 90. Mas sua grande passagem foi em 95, onde ajudou o clube a ser campeão nacional, tendo inclusive jogado a final machucado, por iniciativa própria.
Wilson Gottardo
O nosso atual diretor de futebol esteve presente em duas das maiores glórias de nosso clube, que foi o esperado título estadual de 89, atuando com Mauro Galvão em dupla considerada por muitos a maior que o clube já teve, e em seu retorno ao clube em 94, sendo campeão brasileiro no ano seguinte. Não é possível destacar uma das passagens. Gottardo foi fundamental em ambos os momentos, e é uma pena que não tenha jogado mais tempo em nosso clube (mesmo sendo o Botafogo o clube onde mais atuou).
Jefferson
O nosso representante na seleção está no clube desde 2009 em sua segunda passagem, dando fim ao pior momento que o clube passou em função de goleiros. Na primeira passagem em 2005, o goleiro era jovem e veio emprestado pelo Cruzeiro, após a torcida do time mineiro o condenar por falhas em jogos. Jefferson teve boas atuações em sua primeira passagem, mas não se compara ao segundo momento, onde se tornou a cara do time e candidato à ídolo. Só falta um título nacional para coroar tudo que ele fez pelo clube.
Lúcio Flávio
Peço um desconto aqui aos críticos ferrenhos, em função da importância de Lúcio Flávio para o funcionamento daquele time de 2007. Junto com Jorge Henrique, Zé Roberto e Dodô, "El Pelé blanco" (como foi apelidado prematuramente em passagem posterior no México) foi um dos destaques do time. Seu retorno ao clube foi bem aquém de sua primeira passagem, brindando a torcida com lentidão e displicência. Mesmo assim, fez parte do elenco da campanha do estadual de 2010, ficando em segundo plano, vendo Jefferson, Herrera e Loco Abreu liderarem a conquista emblemática.
Maicosuel
Maicosuel impressionou com seu início no clube, em 2009. tanto que rapidamente despertou interesse do mercado europeu. Não se adaptando em terras germânicas, o atleta regressou ao Botafogo, onde teve uma infeliz lesão logo no início de sua segunda passagem, em 2010. Mas aos poucos foi reconquistando prestígio a ponto de novamente fazer as malas para a Europa. Atualmente, retornou ao Brasil para o Atlético-MG e teria vaga fácil em nosso atual time.
Sérgio Manoel
Um nome que muitas vezes fica ofuscado nos registros históricos mais preguiçosos, mas que foi responsável pela forma dinâmica e organizada como o time jogou em 1995. Excelente cobrador de falta, chegou ao auge da carreira em nosso clube, quando chegou a ser convocado para a seleção brasileira. Em sua segunda passagem em 1998, já não conseguiu repetir as mesmas atuações, mas ainda sim compôs bom time, com Bebeto e Túlio. Passaria em 2006 ainda de forma apagada em função da idade, mas não por falta de vontade.
Esses atletas foram apenas alguns dos quais me recordo. A segunda e possivelmente última passagem de Loco Abreu pelo Botafogo dificilmente será tão brilhante quanto a primeira por uma questão meramente fisiológica. Mas tenho sim esperança que com o seu estigma, as equipes adversárias joguem não com medo, mas pelo menos com um pouco mais de respeito, lembrando quem sabe que estão diante do Botafogo, aquele do Túlio, do Gottardo, Donizete....
ATUALIZAÇÃO: Apesar de boa parte da imprensa dar o negócio como fechado, Abreu preferiu cumprir seu contrato com o Rosário Central (ARG) até o final. Com isso, um retorno de "El Loco" só será possível (se for possível) a partir de 2015.
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