segunda-feira, 14 de julho de 2014

O verdadeiro teste pra cardíaco vem agora - Por Daniel Accioly



O Brasil vive a ressaca que sempre se sente após uma Copa do Mundo. A ressaca dessa vez parece mais intensa em função do mundial ter sido em terras tupiniquins, além da forma melancólica como o escrete nacional se despediu do torneio. Mas agora faltam poucos dias para nós alvinegros retornarmos à nossa depressão anual, que tanto adoramos: O Campeonato Brasileiro.

Durante a Copa, o clube não parou, e o resumo dos principais fatos vale ser citado para àqueles que só respiraram seleção brasileira. Logo nos primeiros dias de mundial, recebemos a notícia de que Yuri Mamute, revelação de 19 anos do Grêmio faria parte do elenco até o final do ano. Nome folclórico que já irrita de cara, mas nem por isso deixaremos de ter paciência com a aposta. Enquanto isso, o São Paulo tratava de mexer os pauzinhos para repatriar Kaká para reforçar o já intimidativo time. Apesar de não estar desempenhando entusiasmador futebol, Lodeiro deixou General Severiano rumo ao Corinthians. Lodeiro não resolvia nossa vida, mas quem entra no lugar dele? Enquanto isso, Risso e Sassá foram ganhar bagagem no Náutico.

E mais baixas foram ocorrendo, como foi o caso de Octávio, que foi emprestado para a Fiorentina (ITA) por um ano, com opção de compra por parte do time italiano por 2 milhões de euros, fortuna que certamente resolveria os problemas do clube (só que não). A segunda e última contratação do período foi a do jovem João Gabriel, vindo do Matonense. Enquanto isso, o Vasco anunciava Kléber Gladiador para reforçar o elenco para a Série B. Maicosuel foi novamente repatriado, dessa vez pelo Atlético-MG. Isso sem contar com a entrada em massa de jogadores estrangeiros no país no período, como os argentinos Héctor Canteros (Flamengo), Matias Rodriguez (Grêmio), Martin Luque (Internacional), Pablo Mouche e Fernando Tobio (Palmeiras), além do paraguaio Angel Romero (Corinthians).

Se formos falar da intertemporada, enquanto o Fluminense tomava uma sacolada da seleção italiana, o Atlético-MG ia para a China jogar uma bolinha contra times locais e vencer o Guangzhou Evergrande (campeão da Champions asiática), São Paulo ia estendendo sua marca e medindo forças contra times dos EUA, onde Cruzeiro também esteve, o Botafogo fazia seus ajustes em jogos-treino contra Madureira (derrota por 4x2), Artsul (vitória por 2x1) e São Gonçalo (vitória por 4x1). Espero com sinceridade que o Mancini tenha conseguido tirar bom proveito desses jogos, apesar da qualidade das equipes adversárias.

Uma das novidades boas que envolve uma aposta de risco, apesar de envolver um personagem de altíssimo nível, foi o anúncio de Wilson Gottardo como diretor de futebol do clube no lugar de Sidnei Loureiro. Gottardo possui muita identificação com o clube, mas vai ter que mostrar muita diplomacia em um cargo de alta politicagem. Sendo o ex-zagueiro um cara que sempre prezou a correção, devemos esperar para vermos se o sistema o vencerá ou um novo modelo administrativo vingará no clube. O clima político dentro do clube é intenso, e a insatisfação parece dar o tom das correntes internas. Maurício Assumpção sairá com o prestígio totalmente em baixa em seu final de mandato, provavelmente sem responder (de forma objetiva e honesta) as questões sobre o Engenhão e sobre o balanço do clube. Toda movimentação política dentro do clube é digna de atenção, sobretudo quando sabemos que José Rolim, Carlos Augusto Montenegro e Mauro Ney Palmeiro estão na área, os dois últimos desenhando uma nova frente. Sempre há carne para se roer no osso.

A Copa não parece ter sido abençoada para o Botafogo, não vimos o Jefferson ser prestigiado e ainda parece que retornaremos mais fracos para o restante do campeonato. Ah, e a última é que em função da impossibilidade de Jefferson jogar e pela aparente resistência de Renan em assumir o gol, iremos do jovem Andrey contra o Sport, em plena Ilha do Retiro. Haja coração!

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